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ANTONIO CELENTE VIDEIRA - Produtor

LESLIE HAUM - Apresentadora

quarta-feira, 30 de junho de 2010

CIÊNCIA E TECNOLOGIA – A FRONTEIRA DA RELIGIOSIDADE

Na conjunção da busca pela inovação, o homem vem desbravando desafios incomensuráveis intelectivos, para o domínio e a pacificação dos anteparos que a fria matéria planetária o expõe.
Dominar e conhecer os segredos das leis naturais é o eterno caminhar desta criatura, que perambula sobre o orbe há alguns milhões de anos.
Desde a charrete, no final do século XIX, até visitar mundos no seu entorno, com sondas teleguiadas e telescópios espaciais, no entardecer do século XX, dá mostra que é capaz da extraordinária saga reservada aos deuses do Olimpo. É o Campo Elíseos, como metáfora da Era do Conhecimento, que esse homem, ao longo da sua história, tenta se assenhorear, como pináculo de toda uma conquista.
Microeletrônica, biogenética, nanotecnologia, telecomunicação sateletial são algumas das fronteiras do saber. Novas utilizações e aplicações de matéria-prima abrem-lhe possibilidades para escalar outras dimensões. É o silício como elemento de liga em fundição e biocondutor, é o zircônio como revestimento de auto-fornos e útil na indústria eletrônica, são as terras raras na confecção de pedras de isqueiros, mas também usadas na levitação magnética e na construção de aeronaves invisíveis, é o nióbio facilitador na construção de turbinas aeronáuticas, enfim, é no delineamento da estrutura atômica da matéria, para entender a ordenação molecular, com vista à obtenção de outras substâncias incógnitas, que surge o alquimista do século XXI.
O Sopro da Vida começa a ser decifrado por um ser que, à medida que adentra às estranhas da substância primordial, torna-se um devoto de um Deus Universal, construtor dos mundos visíveis e invisíveis. O seu estado de consciência amplia-se, provocando a neuroplasticidade do seu cérebro, como uma espiral evolutiva da sua inteligência. Por isso, é oportuno penetrar nos pensamentos de Louis Pauwels e Jacques Bergier, quando na belíssima obra “O Despertar dos Mágicos” afirmavam que “os cíclotrons são como as catedrais, a matemática como um cântico gregoriano, onde as transformações se operam, não apenas no seio da matéria, mas nos cérebros, onde as massas humanas de todas as cores se agitam, onde a interrogação do homem faz vibrar as suas antenas nos espaços cósmicos, onde a alma do planeta desperta”.
Eis aí o mais recente filho dos deuses, a compreender o milagre da ciência, relacionado à moderna religião. Não a religião dogmatizada ou fundamentalista, mas a reencarnada de essência religiosidade, inerente aos gigantes que marcaram a história das grandes descobertas e da profunda espiritualidade.
O respeito e a devoção por todo o movimento sinfônico da natureza, ao seu redor, faz dele um sacerdote das litúrgicas leis ambientais.
Vejam que, na biblioteca de pesquisa, culminam obras literárias a exalar o puro pensar, semelhante a estrutura intangível produzida pelo adepto, no seu retiro espiritual em prática meditativa. Hipácia, a última Diretora da Biblioteca de Alexandria, percebia essa magia. Os laboratórios, com seus ensaios e testes, é análogo ao monastério, quando seus noviços recolhem-se e jejuam. O observatório astronômico, ao apontar a tubeira do telescópio para o céu, vislumbra o maior santuário: O Universo.
Aquele que não perceber que a matemática influência a harmonia da arte, que esta, por sua vez, reflete na música que, em última instância, psicologicamente, exalta o sentimento de unidade, estará fora do diedro da evolução humana.
O compreender o milagre do conhecimento, ou seja, a mística do avanço da ciência, não distingue hiato entre religiosidade e tecnologia. Ambas são unas. Esse é o “insight” para a escalada do verdadeiro saber.
É justamente esse périplo da ciência que há de favorecer o marcante acontecimento do encontro de inteligências estelares, propiciando o alargamento mental da criatura humana. A inexorável conquista espacial levará ao grande encontro entre criaturas cósmicas, o que significará um novo sentido no viver.
Quem ainda não se apercebeu desse fato encontra-se em sono letárgico paralisado no palco da evolução. Os engolfados na trivialidade, cegos por não identificarem as potencialidades do homem, mantém-se como ameba verticalizada. O profano do misticismo científico emparedou-se com o reducionismo da Idade da Razão.
Veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvido de ouvir.



ANTONIO CELENTE VIDEIRA
acelente@gmail.com

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