Para compreensão do estado de compromisso espiritual do Brasil, diante de um mundo conturbado, é imperativo que se faça análise dos acontecimentos do passado remoto, mais precisamente a partir do Século XI.
Segundo a obra “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de autoria do espírito de Humberto de Campos, psicografada pelo médium Chico Xavier, mensageiros devotados reencarnam no orbe terráqueo.
No século XIII, inicia-se o esmaecimento da expressão feudal, já que, sob a inspiração do Alto, universidades são fundadas, como por exemplo, a de Paris, na França e a de Bolonha, na Itália, que vão influir no pensamento acadêmico, impactando, mais tarde, as universidades de Oxford, na Inglaterra, Coimbra, em Portugal e Salamança, na Espanha.
Esses estabelecimentos culturais vão ser a sementeira para a eclosão da democracia, a partir de países como França e Inglaterra, quando o saber começa a fazer frente à negritude das criaturas do Velho Mundo.
Através do processo reencarnatório, a França vai abrigar a alma ateniense, nas suas elevadas indagações filosóficas e científicas, abrindo caminho para o direito do homem e dos povos. A Inglaterra abrigará a edilidade romana, com sua prudência e educação, conformando o homem, daquela época, com o ingrediente das criaturas que viveram a Nação dos Césares. Mas é na Itália, que os mestres da Antiga Grécia vão fazer o Movimento Renascentista, surgindo a pintura, a escultura, enfim, a arte.
Nesse cenário, os precursores da Reforma aparecem em toda a Europa, contestando os abusos da igreja. Portugal se configura a partir desse movimento.
Antes de toda essa dança destinatária, ainda na Idade Antiga, a Península Ibérica é habitada pelos celtíberos, que, no século IX a.c, vão receber a visita dos fenícios para fundarem, na região, algumas colônias. Com o fim das Guerras Púnicas, os romanos latinizam a península, para, mais tarde, no século V d.c, ter influência dos visigodos.
Essa mescla cultural é incrementada através de reencarnações sucessivas, quando antigos fenícios renascem na Península Ibérica, o que vai caracterizar um povo vocacionado para o domínio dos mares.
Com o desmantelamento da Ordem dos Templários em 1307, D. Diniz vai abrigar os monges guerreiros em Portugal. A partir desse instante, cria-se a Ordem de Cristo, com resquício de toda uma cultura templária. Nesse torvelinho, surge a figura do controvertido Henrique de Sagres, ligando o seu nome a um centro de pesquisas, que denominamos Escola de Sacres. Chamamos essa escola de centro de pesquisas porque, na realidade, não era uma escola na acepção da palavra, mas a animação de um processo de estudos voltados para a descoberta de outras plagas terrestres. Seria a NASA daqueles tempos.
Astrônomos, matemáticos, cosmógrafos e outros se engolfavam na investigação, na busca de soluções para o aperfeiçoamento de instrumentos de navegação e medição, a fim de traçar rotas que levassem os debravadores portugueses à África e Índia, que culminaria no descobrimento e exploração da terra de Santa Cruz.
Estava o Brasil pronto para celebrar, sob a maestria do Alto, o cruzamento entre o nativo e o branco português, sendo que este já era um caldatário de bárbaros visigodos, árabes, romanos, fenícios e outros povos do velho mundo que se entrecruzaram.
O produto do acasalamento daquelas raças iria, mais tarde, absorver o negro.
Esse negro africano, segundo a obra “Umbanda – A Proto-síntese Cósmica”, de autoria do Caboclo 7 Espadas, psicografada por Rivas Neto, já era uma raça decaída, mas com resquícios do grande Tronco Tupi ou Raça Vermelha, sob a proteção da Confraria .................. que surgiu no Brasil Central, tendo chegado à África, através do constante mergulho espiritual na carne e do deslocamento físico, deixando para trás uma cultura e um sentimento religio-científico que muito lhe custaria no processo evolutivo.
Esse africano, em linhas gerais, é transporto para o Brasil como escravo, guardando ainda a embrionária proto-síntese religiosa que irá eclodir na Umbanda, cuja missão é resgatar a Sabedoria Eterna. Foi no Planalto Central Brasileiro, portanto, que efervesceu a Teogonia do Aumbandan que, de certa forma, hoje é estudada nos templos maçônicos, teosóficos, rosacruzes e outras escolas de mistério, e ainda nas casas espíritas, e que o Movimento Umbandista, agora em pleno Solo Pátrio Brasileiro, está reunido e metodizando seus conhecimentos através da Umbanda Esotérica.
O amalgamento dessas três raças, o branco-português, o negro e o índio, que cruzaram Hierarquias Supremas do Mundo Espiritual, tudo sob a coordenação de Ismael, sustentará a unidade nacional, não permitindo a fragmentação da base geográfica da Nação Brasileira, desde das tentativas das invasões francesas e holandesas, passando pela possível desestabilização do Governo da Colônia em conseqüência da vinda da Família Real, até chegar aos conflitos separatistas vivido pelo Segundo Império.
A religiosidade do povo brasileiro estava pronta para adentrar o século XX. Ao viver intensamente os anos de 1900, o Brasil terá altos e baixos, mas o resultado será promissor.
A sua diplomacia caracteriza-se pela neutralidade e na busca da paz entre povos, o “jeitinho brasileiro” vai destacar o nosso cidadão como adaptável em qualquer parte do mundo, fazendo dele, apesar do abismo social entre classes e ainda os nítidos bolsões de pobreza existentes, argunto diante do desafio das novas ciências, na busca de inovações em prol do desenvolvimento sustentável.
A interiorização e o desbravamento dos rincões do oeste foram executados por bandeirantes, acompanhados por missionários católicos, a Independência Brasileira foi arquitetada por homens freqüentadores dos templos maçônicos e, por fim, a república eclode com a impetuosidade dos que estudavam as máximas de Augusto Comte, através do Positivismo.
Esse é o motivo pelo qual o Brasil é o País onde todas as religiões têm sua “Luz ao Sol”, proporcionando ao povo da terra de Santa Cruz, um elevado sentimento devocional às coisas sagradas. O que se percebe é a essencialidade de um Deus Universal, habitando o interior do campesino, que tira o seu sustento da terra, até o gestor público que, às vezes, ocupa elevados cargos na escala governamental, não perdendo de vista a sua fé na Suprema Ordem Cósmica.
O espírito de Ramatis, através da psicografia de Amélia Paoliello Marques. na obra “Brasil – Terra de Promissão” traduz bem esse sentimento da seguinte forma:
...É, enfim, o povo mais intuitivo do mundo, onde o maloqueiro carrega um “santinho” no pescoço e o político famoso “sarava” o seu guia; onde o médico receita o medicamento famoso para o cliente, mas vence a sua própria insônia com o chá de ervas prescrito pela “preta velha”! É, finalmente, a nação abençoada, onde os próprios militares de toda graduação hierárquica organizam-se em “cruzadas militares espíritas”, trocando a espada da morte pela paz de espírito, a sementeira do ódio pela jardinagem do Amor, o manual de guerra pelo Evangelho do Cristo.
Hosanas, pois, ao Brasil, por ser, realmente, a “Terra de Promissão”!
Todo esse enredo missionário do País do Cruzeiro é o esteio para não permitir o desespero diante do caos que o mundo globalizado vem nos apontando.
Tráfico de armas, biopirataria, aquecimento global, narco-terrorismo, comercialização de pessoas, proliferação de máquinas de bingo, enfim, a transnacionalização do crime produzida por uma raça humana, causando as mazelas agonizantes do milênio que se inicia.
O sucesso da tecnologia do biocombustível, a pesquisa com drogas contra a AIDS, o desenvolvimento do reator centrifugado para o enriquecimento do urânio, a incursão da prospecção do petróleo em águas profundas são algumas das iniciativas do povo brasileiro, que guarda em si a mescla dos sangues de todas as raças, o que, talvez, fá-lo possuidor das mais enlevadas características de povo amigo e acolhedor dos demais irmãos planetários, não obstante a crise de valores éticos e morais demonstrada por seus representantes políticos que se encastelam nas instituições da República de hoje.
Brasil, Brasil! Da Escola de Sagres à Organização das Nações Unidas; do misterioso e irrequieto Infante D. Henrique ao Marques de Olinda, precursor do estudo Espírita em seu solo; da possante Raça Vermelha que habitou o seu Planalto Central ao seu povo sôfrego, mas abençoado por Deus; sua missão é desfraldar e encravar, no Coração do Mundo, a flâmula da paz e da compreensão, vivendo harmonicamente, em proveito da vitória de toda a humanidade.
Eis aí, portanto, a missão Povo Brasileiro, nascido das entranhas de uma Nação que é o Coração do Mundo.
Pátria, Trabalho e Solidariedade!
Antonio Celente Videira
E-mail: acelente@gmail.com